Sugestão
de Atividade
Mitos
da Escrita
Você
já teve alguma experiência inesquecível com a escrita? Já sentiu vontade de
escrever o que sentia ou sentiu vontade de enviar umas palavras especiais a
alguém?
Atividade 1
a) Leia
o texto a seguir e identifique se há alguma semelhança com a sua história das
palavras.
CADERNOS
Na minha adolescência, eu escrevia diário. Às vezes
usando caderno de escola que não chegava ao fim; mais vezes comprando um
especial. Especial porque eu sabia que ele ia ser o meu diário, a cara dele era
igual aos outros da escola.
Acabava um e começava outro; escrevi não sei quantos
cadernos.
Era uma escrita apressada, de letra virada garrancho,
toda esquecida dos exercícios de caligrafia de quando eu era criança. Era um
registro compulsório de tudo o que me acontecia: emoção, dúvida, tristeza,
expectativas, estava tudo lá. E era compulsório sim: ninguém sabia que eu
empilhava aquela escrita toda, nunca tive vontade de mostrar os meus cadernos
pra ninguém, e mesmo pensando uma vez que outra, quem sabe um dia eu vou ser
escritora? Nunca me ocorreu corrigir um período, uma frase, tampouco abrir o
dicionário pra tirar a dúvida que tantas vezes me batia se aqui tinha um s
antes do c, se ali tinha acento ou não, mas eu tinha que escrever.
Pra mim, escrever diário era uma cerimônia meio secreta:
eu achava superdificil escrever na sala, ou tendo alguém perto. A impressão era
que eu só escrevia mesmo se eu ia pro meu quarto e fechava a porta.
Habituei-me. E até hoje, mesmo pra escrever uma carta, o meu primeiro movimento
é me isolar e fechar a porta.
Tinha dias que eu escrevia horas a fio.
Tinha dias que eu só escrevia uma pagina.
Mas, se eu não escrevia, eu me afligia. E, muitas vezes,
se eu não escrevia de dia, eu acordava no meio da noite pra escrever.
(...)
Foram quase três anos de escrever diário. Não me lembro
de ter sentido cansaço ou tédio naquelas horas. Não me lembro de algum dia, um
só, ter pensado, essa coisa de ter que escrever é meio chato, não é não?
(Adaptação. BOJUNGA,
Lygia. Livro: Um encontro com Lygia Bojunga Nunes)
b)
Lygia Bojunga comenta a presença da
escrita em sua adolescência: ”Na minha adolescência eu escrevia diário. (...)
Foram quase três anos de escrever diário”, e anuncia uma satisfação muito
grande pelo fato de sempre escrever. Você já experimentou satisfação semelhante
a partir da prática da escrita? Comente.
c)
Alguma atividade de escrita proporcionou
satisfação e compulsão em você? Qual? Por quê?
d)
Faça uma pequena viagem em sua memória
para resgatar a sua historia com a escrita, desde a iniciação nas letras
(alfabetização ou 1ª série) até os dias de hoje. Agora produza um texto
contando as suas lembranças.
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