sábado, 2 de junho de 2012

MITOS DA ESCRITA


Sugestão de Atividade
Mitos da Escrita
            Você já teve alguma experiência inesquecível com a escrita? Já sentiu vontade de escrever o que sentia ou sentiu vontade de enviar umas palavras especiais a alguém?
Atividade 1
a)      Leia o texto a seguir e identifique se há alguma semelhança com a sua história das palavras.
CADERNOS
            Na minha adolescência, eu escrevia diário. Às vezes usando caderno de escola que não chegava ao fim; mais vezes comprando um especial. Especial porque eu sabia que ele ia ser o meu diário, a cara dele era igual aos outros da escola.
            Acabava um e começava outro; escrevi não sei quantos cadernos.
            Era uma escrita apressada, de letra virada garrancho, toda esquecida dos exercícios de caligrafia de quando eu era criança. Era um registro compulsório de tudo o que me acontecia: emoção, dúvida, tristeza, expectativas, estava tudo lá. E era compulsório sim: ninguém sabia que eu empilhava aquela escrita toda, nunca tive vontade de mostrar os meus cadernos pra ninguém, e mesmo pensando uma vez que outra, quem sabe um dia eu vou ser escritora? Nunca me ocorreu corrigir um período, uma frase, tampouco abrir o dicionário pra tirar a dúvida que tantas vezes me batia se aqui tinha um s antes do c, se ali tinha acento ou não, mas eu tinha que escrever.
            Pra mim, escrever diário era uma cerimônia meio secreta: eu achava superdificil escrever na sala, ou tendo alguém perto. A impressão era que eu só escrevia mesmo se eu ia pro meu quarto e fechava a porta. Habituei-me. E até hoje, mesmo pra escrever uma carta, o meu primeiro movimento é me isolar e fechar a porta.
            Tinha dias que eu escrevia horas a fio.
            Tinha dias que eu só escrevia uma pagina.
            Mas, se eu não escrevia, eu me afligia. E, muitas vezes, se eu não escrevia de dia, eu acordava no meio da noite pra escrever.
            (...)
            Foram quase três anos de escrever diário. Não me lembro de ter sentido cansaço ou tédio naquelas horas. Não me lembro de algum dia, um só, ter pensado, essa coisa de ter que escrever é meio chato, não é não?
(Adaptação. BOJUNGA, Lygia. Livro: Um encontro com Lygia Bojunga Nunes)


b)      Lygia Bojunga comenta a presença da escrita em sua adolescência: ”Na minha adolescência eu escrevia diário. (...) Foram quase três anos de escrever diário”, e anuncia uma satisfação muito grande pelo fato de sempre escrever. Você já experimentou satisfação semelhante a partir da prática da escrita? Comente.
c)      Alguma atividade de escrita proporcionou satisfação e compulsão em você? Qual? Por quê?
d)     Faça uma pequena viagem em sua memória para resgatar a sua historia com a escrita, desde a iniciação nas letras (alfabetização ou 1ª série) até os dias de hoje. Agora produza um texto contando as suas lembranças.

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